quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Giorgia falando de sampa...

Assim é São Paulo...



Take 1: Eu estava saindo de um prédio, subindo uma escada que dava na Av. Paulista. Estava distraída lendo uma coisa e plaft, levei um tombaço. Dei de cara no chão. Lá longe, umas moças que passavam pararam e perguntaram: - Ei, você tá bem?



Take 2: Miguel e eu meio perdidos, procurando o banheiro em um shopping. Só vimos o banheiro feminino. Saiu uma moça bonitona e bem vestida do banheiro feminino e, ao ver o nosso ar "procurante", muito atenciosa, ela se antecipou: - Banheiro masculino? É do outro lado, virando à esquerda, assim, assado...



Take 3: Comprei uns candelabros de vidro numa grande loja. Ao empacotar, a moça viu que não era exatamente o mesmo tom, a mesma cor de vidro. Foi lá dentro e buscou várias caixas de candelabros até conseguir seis do mesmo tom. Eu não pedi. Ela que viu e quis procurar. E no final, falou: - O importante é que você fique feliz!



Take 4: Comprei umas louças numa loja também grande. No final das contas, a vendedora se despediu de mim com um beijo. Fiquei pasma.



Take 5: Pedi a conta num restaurante pela segunda vez. Não fiz um ar impaciente nem nada. Mas o garçon notou que era a segunda vez que eu havia pedido. Desculpou-se muito e pediu pro outro: - Por favor, urgente, fecha a conta dessa mesa. Urgente, sim?



Take 6: Miguel perdeu a comanda em um restaurante por quilo na Liberdade. Voltou correndo e pediu pra uma atendente ver a bandeija dele, pra ver se achava a dita comanda. Ela procurou, não achou e disse: - Quanto você comeu? O Migas respondeu: 16.81 mais 5.50. Ela imediatamente anotou e entregou uma nova comanda pra ele. Diga lá se você não viraria freguês de um lugar assim?



Take 7: Cheguei no metrô lotado, num daqueles que têm baias marcadas no chão, para formar filas. Cheguei ao mesmo tempo que outra pessoa. Aquela correria, metrô lotado. A pessoa me cedeu a vez. Era uma mulher. E era mais velha que eu.



Take 8: Meu colega de trabalho foi a SP procurar uma peça pro carro dele, que é um carro diferente. Na loja em que ele procurou, não havia. O atendente pegou o telefone, ligou pra outra loja (concorrente), perguntou as condições de pagamento, o prazo de entrega, etc, etc, anotou o endereço e deu pro meu colega.



Take 9: Aconteceu no ano passado. Eu precisava comprar uns sinos budistas. Liguei pra loja de oratórios da Liberdade. A única que vendia o que eu precisava. Perguntei: - Vocês abrem no domingo? O senhor, com sotaque japonês, respondeu: - Normalmente não abrimos. Mas posso abrir para você. Dito e feito. Chegamos lá e a loja estava aberta.



Take 10: Num outro dia, estava eu com o Alê e a Paulinha comendo num shopping. Eu contei pra eles que tinha ido a um concerto de música sacra numa igreja (outra dica da Marie). Ao lado, um senhor ouviu e me disse: - Se você gosta de música, tal dia tem concerto na FIESC grátis; tal dia tem concerto grátis não sei onde, tal dia blá blá blá e me passou a agenda paulistana de música erudita.



Pena que eu não consiga lembrar de tudo o que me acontece em SP. Esses exemplos são só um tiquinho. Toda hora acontece algo que me deixa boba, impressionada. Às vezes eu penso: "essa gente não existe".



Quando eu falo que São Paulo é um espetáculo, meus amigos paulistas/paulistanos fazem um ar incrédulo. Já ouvi coisas engraçadíssimas sobre isso. Eles realmente não se dão conta da gentileza que paira sobre aquela cidade que contamina toda a gente que anda por lá. Alguns dizem que é só comigo que acontece. Mas não é. Garanto que não. Paulista não nota porque convive com isso todo o dia... A gente, que vem de fora, nota. E muito. E não é só a coisa "profissional" (nisso eles são perfeitos). Não. A amabilidade, cortesia e gentileza paulistana vai além disso. Perpassa todas as relações. É muito agradável estar num lugar assim...

Nenhum comentário:

Postar um comentário